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O que é manipulação? Para que serve ? Como pessoas, grupos ou sociedades são manipulados? Manipulação vem do latim e significa literalmente “ato de tocar ou preparar algo com as mãos”. Ou seja, um padeiro manipula a massa para deixá-la pronta para assar. Mas este artigo não se trata do sentido literal, e sim daquele mais pejorativo que significa “influência negativa sobre um indivíduo ou grupo para levá-lo a alguma finalidade”.

Então por definição, manipulação é sempre uma influência negativa, normalmente sem que a vítima perceba. Entre alguns exemplos de grandes manipulações negativas podemos citar as Cruzadas, em que religiosos manipularam milhares de pessoas a acreditar que todos seus pecados seriam perdoados caso morressem lutando para libertar a Terra Santa. Outro exemplo é o movimento anti-vacina, que conseguiu trazer de volta doenças que estavam praticamente extintas.

Assista o vídeo sobre manipulação

Então para que serve manipulação?

A manipulação serve para o manipulador. Sempre. E o que ele ganha? Depende. No caso das Cruzadas, reis e religiosos que lideraram ganharam prestígio, dinheiro e muitos viraram santos. No caso do movimento anti-vacina, os cientistas que se colocaram contra vacinas eram contratados por farmacêuticas e faziam palestras para mães preocupadas.

De forma mais comum, vemos pessoas sendo manipuladas por publicitários, vendedores e políticos. Todos interessados em alguma coisa que só a vítima pode dar, normalmente dinheiro ou voto, mas em alguns casos a manipulação coloca em risco a vida da vítima.

Como as pessoas e grupos são manipuladas?

Depende muito. A forma mais comum é mentindo. Mentindo descaradamente. E sempre foi assim. Era mentira na antiguidade quando sacerdotes egípcios diziam que o Faraó era um deus vivo para convencer as pessoas a construir túmulos gigantescos de pedra (as pirâmides) e é mentira hoje quando um determinado grupo insiste em promover e distribuir um remédio comprovadamente ineficaz para curar coronavírus. São mentiras repetidas dentro de bolhas de redes sociais que infelizmente muita gente acredita.

A mentira é claro precisa ser elaborada, e se for transmitidas por autoridades tem mais poder. Afinal, quem poderia imaginar que o sacerdote ou o presidente da república são mentirosos? É sacrilégio! Felizmente não estamos mais na antiguidade e sabemos como identificar uma mentira ou manipulação.

Também sabemos que tanto sacerdotes quando políticos mentem muito.

Como identificar uma manipulação ou uma mentira?

Você sabe, mentira tem perna curta. Mesmo assim, uma mentira repetida mil vezes fica parecida com uma verdade. Muito parecida. Pense no esforço que publicitários tem em repetir um slogan. É o mesmo com uma mentira, ela precisa ser repetida muitas e muitas vezes, por pessoas diferentes que normalmente não conseguem se aprofundar no assunto. Quantas vezes um vizinho, amigo ou outra pessoa querida insistiu que a pandemia passaria se todos tomassem cloroquina? São pessoas bem intencionadas manipuladas. Elas tem certeza que é o correto.

Na mentira, as pessoas manipuladas tem certeza absoluta daquilo mesmo sem entender qual a lógica. Há uma crença natural interna, que muitas vezes é validada pelo grupo social.

É impensável que um gremista vá aceitar publicamente que “Copa Intercontinental” não é a mesma coisa que “Mundial de Clubes”.

Naturalmente, quando todos os manipulados contam a mentira da mesma forma, usando as mesmas palavras ou com os mesmos problemas de lógica, é porque o criador é a mesma pessoa. E está manipulando essas pessoas com algum objetivo questionável.

Quando alguma coisa é verdade o mais comum é cada um contar do seu jeito e ter pequenas divergências. Mas uma mentira não é assim. Ela é única por que teve alguém que a criou. Tipo Dom Quixote.

Já a verdade é o oposto. Ela é espinhosa e cada pessoa vê diferente. Cada fonte, cada site de notícia tem uma forma levemente diferente de relatar o que está acontecendo.

Se todas as notícias de portais forem totalmente iguais, com as mesmas palavras, em um assunto que deveria ser controverso há uma grande chance de ser uma manipulação.

 

Como exemplo, veja como os apoiadores de Lula e Dilma repetem a mesma história sobre o impeachment absolutamente legal de 2016. Ou como os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro costumam repetir exatamente a mesma narrativa para cada ato ilegal. Em ambos casos não há lógica interna. “Uma presidenta eleita democraticamente só pode sair pelo voto”, eles dizem. “O presidente tem direito a interferir na Polícia Federal”, os mesmos dizem.

Por outro lado, um bom exemplo de algo que não entendemos é como as pessoas explicam os eventos que aconteceram no Brasil em junho de 2013. Milhões de pessoas foram à rua protestar e hoje, 8 anos depois, os especialistas ainda tem dificuldade em encontrar os motivos.

Infelizmente, a mentira é confortável e fácil de repetir. Ela é organizada, poética, lírica como um conto de fadas. Já a verdade é complicada e cada pessoa vê de um jeito. A realidade é uma anarquia que ninguém entende completamente.

Na dúvida, se algo parece ser uma manipulação verifique você mesmo os dados. Pesquise no IBGE para opinar sobre o avanço na educação. Veja se o TCU de fato está investigando um determinado político.

Conclusão: Manipulação faz mal

Manipulação como fazerPessoalmente eu acho estranho quando pessoas honestas e queridas repassam sem dó informações que sabem ser falsas. Quando fazem isso, estão sendo manipuladas com algum objetivo. Muitas vezes, elas sabem que a informação é falsa, mas a repassam pura por que concordam.

“Se eu concordo com isso, como pode ser mentira?”

Infelizmente, os criadores das mentiras sabem o que as pessoas costumam pensar e montam suas mentiras usando essas confirmações. Pessoas com filhos pequenos tenderão a valorizar informações que falem de família. Pessoas mais idosas tendem a valorizar seu tempo. Homens jovens tendem a idolatrar pessoas que consideram viris. São tendências normais das pessoas usadas pelos publicitários com fins normalmente benignos e criminosos políticos.

A manipulação social tem sido usada há muito tempo para enganar as pessoas e tomar-lhes a liberdade e autonomia. Não precisamos disso no século XXI.

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